quinta-feira, 29 de julho de 2010

Tarantino é Tarantino!


Quentin Tarantino é tão autêntico que alguns sites sobre cinema têm dificuldade de enquadrar seus filmes em um gênero. Chega a ser engraçado, mas é possível encontrar diversas definições para o mesmo filme em diferentes sites. Para À Prova de Morte, por exemplo, me deparei com diferentes fichas técnicas em que alguns o definiam como suspense, outros ação ou ainda terror. Mas a definição mais justa foi a que criou um novo e único gênero: Quentin Tarantino. O cara tem um estilo tão próprio que merece mesmo que seus filmes sejam enquadrados em um gênero com seu nome. Qualquer outra deinição soaria rasa para o cinema tão completo e original de Tarantino.

Esta semana, depois de sonhar longamente com o próprio diretor, que no sonho, dirigia perigosamente seu carro comigo na carona, assisti à sua última obra que chegou ao Brasil, À Prova de Morte. Mesmo tendo sido lançado em 2007, o filme chegou por aqui somente este mês, devido ao insucesso que teve em seu país de origem. Realmente não entendi este fato, porque Tarantino é Tarantino. Quem gostou de um de seus filmes, não tem como não gostar de outro... De todos os outros. E À Prova de Morte é isso, uma mistura de suspense com ação e um pouco de terror, diálogos afinados,  trilha sonora incrível (a qual não consigo parar de ouvir desde que assisti o filme), acrescidos de porções de homenagens ao que o diretor admira no cinema. Sem mais. O cara que disse que não frenquentou a escola de cinema, mas sim, o cinema, é gênio incontestável. Assita À Prova de Morte e comprove, pois, repito, Tarantino é Tarantino!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Entrevista com a Damn Laser Vampires


Fotos: Divulgação
No último sábado o Jack Rabbit, único local entre Gravataí e Cachoeirinha capaz de nos salvar com música boa, trouxe a Damn Laser Vampires para seu palco. Confesso que nunca tinha prestado muito atenção na banda, nem sei porquê. Mas quando o show começou a surpresa foi boa. Principalmente porque foi a coisa mais inovadora vinda de Porto Alegre que eu ouvi nos últimos tempos. E como é bom ouvir algo que soe novo, criativo e original. Algumas músicas me lembraram um pouco de rockabilly, outras punk rock e outras ainda anos 80, tudo com uma roupagem própria.

Outra coisa que me chamou atenção foi o tom do vocalista (e guitarrista), Ron Selistre, grave e soturno, em algumas músicas, bem de acordo com o visual da banda, vestidos de preto e a guitarrista, Francis K, na pele de Mulher Gato. O trio composto por, além de músicos, ilustradores, também conta com o baterista Michel Munhoz. Eles têm influência do psychobilly do The Cramps e ganharam uma definição curiosa, dada por Joshua Warfel, do selo Devil’s Ruin: "O trio de punk polka favorito de Satã".

Bem, já que em cinco anos de banda eu ainda não tinha me dignado a ouvir o som deles, agora compenso o tempo perdido com uma entrevista. Segunda-feira mesmo, entrei em contato com a DLV por e-mail e quem me respondeu, gentilmente, foi o Ron Selistre.  


She Blogs - Fale um pouco sobre o surgimento da banda. Como nasceu a ideia, de que forma chegaram a esta sonoridade e a este conceito visual? 
Ron Selistre - Surgimos em 2005. A única ideia era tocar a música que queríamos ouvir e que ninguém estava tocando. A sonoridade e o visual vieram juntos, diretamente inspirados pelas coisas que ouvíamos, víamos e líamos.

SB - Vocês mesmos produzem e dirigem seus clipes e criaram o material gráfico do álbum. Esta é uma opção para que tudo o que diga respeito a banda tenha totalmente a cara dos três? 

RS - Na mosca. Exatamente isso.


SB - Pelos clipes, percebe-se que vocês gostam de cinema, tanto que já fizeram até um curta-metragem. Em qual vertente do cinema vocês buscam inspiração na hora de fazer os vídeos das músicas? Cite filmes que vocês têm como referência. 
RS - Gostamos de expressionismo (nosso clipe "Bracadabro"é inspirado em Robert Wiene), de horror dos anos 80 e das coisas em torno desse universo, principalmente. Alguns filmes, vejamos... "O Gabinete do Dr. Caligari", "O Corvo", "Faster Pussycat! Kill! Kill!", "Fome de Viver", "The Bat"... 

SB - Pelo fato de os três trabalharem com imagem e por terem um visual característico, para vocês, qual a importância da parte visual para uma banda? 
RS - Visual é tão importante quanto a música. Nem mais, nem menos. Algumas pessoas podem ter um certo pudor em admitir isso, mas nós somos assim e gostamos. Nos atrai tudo que possa acrescentar uma tridimensionalidade à música. Um show de rock é, por definição, uma arte teatral. Música pra nós é como comida, e nós gostamos de servir o prato bem cheio, com vinho, com tudo.

SB - Por que a DLV é o "trio de punk-polka favotito de Satã"? De onde vem essa relação com temas satânicos? 
RS - O Joshua Warfel, do selo Devil’s Ruin, que lança os nossos discos nos EUA, foi quem nos deu o título. A relação existe, embora naturalmente não possamos falar muito a respeito. Preferimos que isso fique no terreno do humor. Mas não podemos ser chamados de satanistas. Satanistas são pessoas sem nenhum senso de humor que gostam de trepar com cabras.  

SB - Alguns músicos brasileiros que cantam em inglês dizem ter optado pelo idioma por facilitar na composição. Com vocês é a mesma coisa? Já tentaram compor em português alguma vez e não gostaram do resultado? 
RS -  A nossa sonoridade é influenciada pelo rok original e a origem do rock é inglesa, então é natural que a música já surja em inglês. A única vez que gravamos em português foi pra trilha de "Ainda Orangotangos", em que fizemos versões de Cascavelettes e Atahualpa Y Us Panquis. Mas no caso eram versões, nós não compomos em português. 

SB- Como é o processo de composição? Qual é a fonte de inspiração para as letras? 
RS - Não tem uma receita, cada música nasce de uma fagulha própria. Um riff, uma batida, algo que a gente faz questão de explorar e desenvolver até virar uma música. Com as letras é a mesma coisa, a única diferença é que aí a culpa é toda do vocalista

SB - Vocês tiveram seu álbum lançado em alguns países fora do Brasil. Já fizeram shows fora do país? Como é a repercussão do som da banda lá fora? 
RS - Ainda não tocamos fora do Brasile, isso deve acontecer quando chegar a hora, Temos admiradores espalhados pelo mundo, o que é uma alegria pra nós, e pór isso recebemos convites e propostas, mas só partiremos pra uma tour gringa quando realmente valer a pena. Hoje é possível que uma banda construa uma base de fãs no exterior sem nunca ter deixado o seu país, acho que disso nós tiramos bastante vantagem.

SB- O que vocês acham da febre de filmes e livros sobre vampiros que brilham que surgiu recentemente? Vocês não têm medo de alguém achar que a banda é fruto dessa onda de vampiros bonzinhos? 
RS - Sério, eu nem sei muito bem do que se trata. Sei que é uma moda que as crianças curtem, e tal, mas sinceramente nós não damos a mínima bola pra isso. 

SB - O que vocês tem ouvido ultimamente? 
RS - Ultimamente temos ouvido “It’s Not Human, It’s Human Trash”, incrível disco de estréia do Human Trash, e “No Sweat”, o novo do mestre Uncle Butcher. Também Stiv Bators, e muito garage-punk dos 60 e 70.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Amizade é um vício


Chega mais um Dia do Amigo e mais uma vez eu, praticamente, me obrigo a escrever sobre estes parceiros de todas as horas. Não tem como ser diferente, porque amizade é uma das relações que eu mais prezo. Desde sempre. Não que eu tenha assim uma quantidade imensa de amigos, mas sempre fui daquelas de ter alguns poucos, mas fiéis. E dentre estes, sempre tive um(a) melhor amigo(a). Isso eu lembro de acontecer já com os primeiros amiguinhos da rua e na primeira série. Brincava com alguns, mas sempre tinha uma amizade inseparável, aquela que a gente compartilha os segredos, a que sempre faz dupla nos trabalhos, essas coisas. Acho que sempre tive uma certa dependência de amigos. Amizade é um vício.

Já tive vários tipos de amigos. Os de fase, que a rotina transforma em amigos, mas que acabam ficando para trás com a mudança de cotidiano. Os que a primeira vista parecem os melhores, mas deixam de ser amigos, mostrando que são os piores. Os que moram longe, mas quando encontramos é uma festa. Os que nos encontram só em festas, mas que sempre garantem um bom papo de boteco. Os inseparáveis que, de repente, nos abandonam por um romance, mas depois voltam direto para o nosso ombro. Os que se tornam melhores amigos e, de repente, namorados... Mas os melhores de todos são os que, com o tempo, se tornam cada vez mais amigos. Estes nós podemos ver todo o dia e sempre temos assunto. Ou ficar uma semana sem ver - que parece um mês - e são necessárias horas para colocar em dia todas as novidades. Estes podem se afastar por algum motivo, que depois será tudo como antes. Estes nós já sabemos o que pensam, prevemos o que vão falar. Relevamos seu mal humor. Apontamos seus erros, com a inteção de fazê-los repensar, e eles farão o mesmo por nós. Com eles damos as melhores risadas. Temos o mesmo tipo de piada, achamos graça das mesmas coisas. Na hora do aperto, nos pagam cerveja sem reclamar. Com eles discutimos a relação sem entrar em conflito. São parceiros para tudo, topam qualquer negócio. Com estes o lugar da festa não fará diferença, o que vai determinar a diversão é a companhia. Estes são os verdadeiros amigos.

Hoje eu tenho poucos, mas bons amigos. E tenho a impressão de que são os mesmos que irão me acompanhar o resto da vida. Já vejo todos casados e um visitando a casa do outro. Marcando jantinhas, festinhas, viagens. Um apadrinhando o filho do outro. Quero sempre tê-los por perto.

Como amizades verdadeiras nos fazem bem! Feliz Dia do Amigo a todo os meus amigos! Vida longa à nossa amizade!

P.S.: Ainda essa semana estava constatando com o Klaus, que é meu namorado e também um dos meus melhores amigos, que mesmo tendo dois anos de namoro, não perdemos a essência do que nos uniu, que foi a amizade. E isso garante ótimas e longas conversas. Se tornar namorada de um melhor amigo foi a melhor experiência amorosa que eu já tive (e estou tendo), porque pulamos várias etapas, tudo flui melhor, pois já conhecemos bem um ao outro. Eu recomendo! Por isso dedico este texto aos meus amigos e também ao Klaus.