terça-feira, 21 de junho de 2011

Histórias da Mulher Bala - Te conheço de algum lugar...


Depois de alguns anos acorrentada a quem acreditava ser seu príncipe encantado, após ganhar sua carta de alforria - e um breve período de fossa como amostra grátis -, a Mulher Bala caiu na real. Ou melhor, na farra mesmo! Voltou ao velho costume dos finais de semana repletos de muita festa com as amigas, risadas à vontade, tudo sem ter se preocupar com nenhum rabugento no seu pé. Um sábado sem sair de casa voltou a significar uma catástrofe mundial, sendo completamente inaceitável, sob nenhuma circustância.

Ah, liberdade para encher a cara, dançar e cantar a noite inteira e, claro, muita muita liberdade para conhecer novas pessoas. Sempre com sua mira descoordenadamente preparada para acertar em cheio novos relacionamentos, tanto de amizade quanto de algo mais.

Percebendo esta abertura por parte de Bala e não exergando nenhuma figura masculina a seu lado, os "gansos" logo começaram a se alertar. E apesar de estar mais disponível do que o normal, nossa doce garota queria saber de passar por novas experiências e não, necessariamente, passar o rodo. Mas sua exercebada educação e cordialidade não era facilmente compreendida por todos. Assim, seus tímidos e penarosos "nãos", ditos com um largo sorriso no rosto, na cabeça dos ogros cabeludos e suados que se aproximavam, retumbavam como: "Sim, é claro! Estou caidinha, estou apenas fazendo um pouquinho de cu doce". Que bom que, para a sorte de Bala, seus espertos amigos sabiam reconhecer tais situações de perigo e conseguiam resgatá-la a tempo. 

Em uma dessas situações, graças à sua conhecida ingenuidade, deu mais um de seus furos. Em um sábado de diversão, estava em uma festa com as amigas quando alguém a chamou do outro lado do recinto. Pacientemente, ela caminhou em direção do rapaz que pedia sua atenção. Enquanto isso, suas companheiras espreitavam o desenrolar da história, já esperando pelo momento em que teriam de intervir. De longe observavam uma estranha conversa, que deixava Bala com uma expressão confusa, mais do que o normal. Enquanto isso, o rapaz estampava a cara de quem sabe passar uma lábia. Vendo a Mulher Bala empacada naquela conversa que parecia não ter rumo, uma das amigas resolveu se manifestar. Aproximou-se e perguntou: "Algum problema, Bala?". Ao que ela, ingenuamente, responde: "É que ele está me dizendo que me conhece, mas não lembra de onde. E eu também tenho a impressão de que já o vi em algum lugar, estou tentando me lembrar...". A amiga olha para o deslavado rosto do jovem bom de lábia e entende tudo: "Bala, ele nem te conhece, não está vendo que ele está tentando te cantar!?". Assumidamente, o garoto cala e consente.

*Como sempre, qualquer semelhança com personagens e fatos reais não é mera coincidência. Leia mais Histórias da Mulher Bala aqui.