quinta-feira, 20 de maio de 2010

O Cirque du Soleil se foi, mas deixou seu encanto


O Cirque du Soleil deixou Porto Alegre, mas todo o seu encanto ficou na memória. O Cirque é incrível e todo mundo sabe, pelo menos de ouvir falar. Por isso, nada que eu diga vai influenciar sobre toda a sua magnitude, pois o Cirque, por si, prova porque é dono dos espetáculos mais mágicos do mundo. Mesmo assim, preciso deixar minha impressão sobre Quidam, que tive a oportunidade de assistir.

Desde que soube da existência do Cirque du Soleil, tive vontade de conhecer seus epetáculos de perto. Isto porque, eu sempre gostei de circo, palhaço e tudo que esteja ligado ao lúdico, a tudo que nos faça sair um pouco da nossa realidade. E nesse sentido, sem dúvida alguma, o Cirque du Soleil é a trupe mais completa. E foi este ano que finalmente chegou o grande momento, a minha grande oportunidade de assistir um de seus espetáculos, o Quidam. Isso, graças ao dom do meu namorado, Klaus, de realizar os meus sonhos. Ele me levou ao Cirque como um presente de aniversário de namoro, no dia em que completamos 2 anos. Foi o melhor presente que já ganhei na vida! E eu dou um valor ainda maior a este presente, porque se eu não ganhasse, minha oportunidade seria adiada novamente, como foi em 2008, na vinda do Alegria.

Sobre Quidam, não sei nem por onde começar... É mágico! São pessoas incríveis, que incorporam personagens, criam um mundo próprio e nos convidam a conhecê-lo. Por duas horas e meia, somos transportados ao mundo de Quidam, com objetos e pessoas flutuantes, números quase mais rápidos que nosso olhar, movimentos que, a todo momento, desafiam a gravidade. Tanto que, algumas vezes, temos vontade de esfregar os olhos, pois parece inacreditável o que estes artistas são capazes de fazer. Ficamos imaginando quanto tempo deve ter sido dedicado ao treino, até que os números chegassem tamanha perfeição.


O espetáculo conta a história de Zoé, um menina que vive triste por não ter atenção dos pais. Mas tudo muda quando ela encontra o universo de Quidam, que em latim significa transeunte, um personagem misterioso, sem cabeça, muito alto e que carrega um guarda-chuva. E este universo, o qual nós também adentramos, mescla momentos de bastante alegria, com outros de muita obscuridade. A alegria fica, principalmente, por conta de John, uma espécie de animador, que entra em cena a cada troca de número. Com tentativas atrapalhadas de mostrar seus dotes circenses, ele consegue arracar muitas gargalhadas. Outro responsável pela diversão é o Clown, que na verdade não se caracteriza como um palhaço convencional, mas seu papel é divertir da mesma forma. Seus números contam com a participação de pessoas da plateia, o que deixa a apresentação mais espontânea e engraçada.


Quanto à obscuridade, alguns números transmitem bastante tensão. Como o da contorcionista Anna, que se movimenta na coluna de tecido vermelho. Seus gestos passam uma sensação de tristeza e angústia. Outro momento bastante tenso é a apresentação do casal Jérôme Le Baut e Anna Vicente. Este foi um dos números que mais me impressiou, fiquei de queixo caído, de verdade. Eles fazem movimentos de força e equilíbrio, sem perder o contato do corpo um do outro. E ficam tão concentrados, que dá até medo de aplaudir, por não querer atrapalhar. É incrível.


Mas outro número que merece destaque é o Diabolos. Quatro chinesinhas, de catorze anos cada uma, se apresentam com uma espécie de ioiô chinês. Elas são extramamente rápidas e, além de "brincar" com os diabolos, elas ainda fazem acrobacias e saltos ao mesmo tempo. E o mais impressionante é a perfeita sincronia entre elas. Novamente me pergunto, quanto tempo elas treinaram para chegar este nível de perfeição, pois com apenas catorze anos, devem ter começado a brincar com diabolos ainda no berço!?


Para transpor tanta perfeição, cada detalhe do espetáculo é milimetricamente planejado. Por exemplo, a trilha musical está em perfeito acordo com cada movimento que é executado no palco. Isso colabora para aumentar ainda mais a emoção de cada número. E os músicos tocam ao vivo, fato quase imperceptível, se não olharmos para a banda, pois o som é irretocável. Outro detalhe, é que a cada apresentação, além dos artistas principais, muitos outros ficam em cena, compondo o número, para ser impossível que percamos a atenção mesmo, pois para onde olharmos, enxergaremos parte do espetáculo. Sem falar no figurino e maquiagem. Lindos, impecáveis.

Ao final do espetáculo, ficamos com um gostinho de quero mais. Uma vontade de não se despedir daquele universo mágico. E uma sensação de que valeu cada centavo (apesar de, nesse caso, eu não ter desembolsado nenhum). É incrível que estas pessoas tenham tanta sensibilidade artística, além de muita técnica e dedicação, para criar espetáculos como este, capaz de nos proporcionar momentos indescritíveis. Simplesmente imperdível. Tenho certeza de que não existe pessoa no mundo que assista e não se encante. Não tenho mais palavras para descrever, até porque, não há palavras suficientes para descreverem Cirque du Soleil.

Quidam se despediu e deixou saudades, mas todo o seu encanto e magia vão ficar na recordação daqueles momentos únicos. Que venham mais espetáculos do Cirque du Soleil.




Curiosidade: O nosso ingresso era o do setor mais barato, ou seja, pior visão. Mas como o Cirque não estava com lotação máxima naquele dia, nos realojaram para um lugar de preço médio e pudemos assistir de um lugar com visão mais central. Sorte!

Um comentário:

Klaus disse...

É perfeitooo!! Perfeito assim como a tua descrição/texto.

Tudo é tri!
Até o banheiro é super moderno!

A única coisa é que, eu imaginava um circo gigantesco e não é bem assim.

Mas é tudo muito tri, cada detalhezinho é tratado com muito cuidado para que tudo saia como um sonho, como o da nossa querida Zoé.

Parabéns ao Cirque pelo grande espetáculo e que venham mais muitos daqui pra frente, se possível em POA! Parabéns pra ti que ganhou um presente super rox/punk rock n' roll e que sempre sonhou e que tu nunca imaginou que tu fosses realizar. Parabéns, Cherri!

Beijones!