A considerável fila já formada causava surpresa a cada um que chegava, aumentando o número de pessoas a aguardar o show que se seguiria. Interessantes eram os comentários alheios: "O show está marcado para as 21hs porque depois das 22hs ela tem que estar na cama", ou "Será que vai valer a pena? Ela tem 15 anos! Minha irmã tem 15 anos!".
A dúvida, porém, não superava a curiosidade. A vontade de tirar a prova de que a repentina ascensão se devia ao real talento, e não a mais uma onda lançada pela internet.
O local: Porão do Beco. A atração: Mallu Magalhães, a garota prodígio que em pouco tempo se tornou a mais nova febre musical no Brasil.
Certamente, entre o público não havia ninguém com a idade da jovem artista. O que se via era gente mais velha que a garota, mas de olhos vidrados para o palco. No palco, espontaneidade, doçura e talento, uma boa dose de talento. Ao término de cada música, a menina sorria surpresa com a notável aprovação do público.
São três os motivos para o boom Mallu Magalhães: Primeiro por ser tão jovem. Com apenas 15 anos toca violão, banjo, piano e harmônica, e compõe suas próprias músicas, a maioria delas em inglês. Segundo, por tocar música folk, influenciada essencialmente por Bob Dylan e Johnny Cash. Coisa difícil de se ver atualmente, quanto mais no Brasil, onde salvo excessões como o quinteto alagoano Vanguart. Mas seu terceiro e maior mérito é que, independentemente dos anteriores, a garota realmente tem talento. Canta e toca bem, além de compor músicas melhor do que muito marmanjo por aí.
A Mallu ficou conhecida por sua página no site My Space. Abriu um show do Vanguart e desde lá deslanchou, fazendo shows em vários estados do país. Mais um exemplo de seu talento para a música, é que está fazendo parte do projeto Overcoming Trio, com Hélio Flanders, vocalista do Vanguart e Zé Mazzei, baixista do Forgotten Boys.
Vale conferir as músicas Get to Denmark , Tchubaruba e Don't You Leave Me.
Essa guria vai longe!