terça-feira, 21 de junho de 2011

Histórias da Mulher Bala - Te conheço de algum lugar...


Depois de alguns anos acorrentada a quem acreditava ser seu príncipe encantado, após ganhar sua carta de alforria - e um breve período de fossa como amostra grátis -, a Mulher Bala caiu na real. Ou melhor, na farra mesmo! Voltou ao velho costume dos finais de semana repletos de muita festa com as amigas, risadas à vontade, tudo sem ter se preocupar com nenhum rabugento no seu pé. Um sábado sem sair de casa voltou a significar uma catástrofe mundial, sendo completamente inaceitável, sob nenhuma circustância.

Ah, liberdade para encher a cara, dançar e cantar a noite inteira e, claro, muita muita liberdade para conhecer novas pessoas. Sempre com sua mira descoordenadamente preparada para acertar em cheio novos relacionamentos, tanto de amizade quanto de algo mais.

Percebendo esta abertura por parte de Bala e não exergando nenhuma figura masculina a seu lado, os "gansos" logo começaram a se alertar. E apesar de estar mais disponível do que o normal, nossa doce garota queria saber de passar por novas experiências e não, necessariamente, passar o rodo. Mas sua exercebada educação e cordialidade não era facilmente compreendida por todos. Assim, seus tímidos e penarosos "nãos", ditos com um largo sorriso no rosto, na cabeça dos ogros cabeludos e suados que se aproximavam, retumbavam como: "Sim, é claro! Estou caidinha, estou apenas fazendo um pouquinho de cu doce". Que bom que, para a sorte de Bala, seus espertos amigos sabiam reconhecer tais situações de perigo e conseguiam resgatá-la a tempo. 

Em uma dessas situações, graças à sua conhecida ingenuidade, deu mais um de seus furos. Em um sábado de diversão, estava em uma festa com as amigas quando alguém a chamou do outro lado do recinto. Pacientemente, ela caminhou em direção do rapaz que pedia sua atenção. Enquanto isso, suas companheiras espreitavam o desenrolar da história, já esperando pelo momento em que teriam de intervir. De longe observavam uma estranha conversa, que deixava Bala com uma expressão confusa, mais do que o normal. Enquanto isso, o rapaz estampava a cara de quem sabe passar uma lábia. Vendo a Mulher Bala empacada naquela conversa que parecia não ter rumo, uma das amigas resolveu se manifestar. Aproximou-se e perguntou: "Algum problema, Bala?". Ao que ela, ingenuamente, responde: "É que ele está me dizendo que me conhece, mas não lembra de onde. E eu também tenho a impressão de que já o vi em algum lugar, estou tentando me lembrar...". A amiga olha para o deslavado rosto do jovem bom de lábia e entende tudo: "Bala, ele nem te conhece, não está vendo que ele está tentando te cantar!?". Assumidamente, o garoto cala e consente.

*Como sempre, qualquer semelhança com personagens e fatos reais não é mera coincidência. Leia mais Histórias da Mulher Bala aqui.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

A emoção de estar bem perto de Paul McCartney


Quando Paul esteve em Porto Alegre em 2010, para seu primeiro show da turnê “Up and Coming” no Brasil, fomos assisti-lo na pista comum pensando que daria para enxergar bem. O show foi lindo, emocionante, obviamente. Mas ficamos com a sensação de sonho realizado pela metade, pois vimos um Paulzinho pequeno, sem distiguir seus traços e gestos, só mesmo através do gigantesco telão - ele pensa em todos mesmo. 


Quando surgiu os primeiros rumores sobre um show no Rio de Janeiro, vislumbramos uma grande chance, que pensávamos ser praticamente impossível: "Nunca pensei que ele pudesse vir a Porto Alegre, agora voltar ao Brasil será muito difícil". Felizmente, estávamos erradas, em seis meses aí estava ele de volta para nos fazer transbordar mais uma vez com essa energia inexplicável, que só ele é capaz de transmitir.


Depois de tudo confirmado, data, local, venda de ingressos, uma coisa ficou certa: só vamos a este show se for de Pista Prime, para dessa vez não perdermos a oportunidade de ver um Beatle realmente de perto. Com tanta determinação de nossa parte, o que parecia tão fácil, já começou como uma batalha. Nada de conseguir comprar ingresso na pré-venda. Nem mesmo na venda para o público em geral. Desolação total. Mas aí uma notícia surgiu como uma nova esperança: um segundo show. Nova ansiedade, agitação, nervosismo. Mas desta vez, as coisas foram tão fáceis que pareceu até brincadeira, o que foi difícil foi acreditar que no primeiro instante da pré-venda para o show do dia 23 de maio Ali, Juliana, Thati e eu estávamos com nossos ingressos comprados, tremendo e tentando falar ao telefone umas com as outras, em um misto de soluços pelas lágrimas de felicidade. Bom, com o mais difícil concluído, agora era só garantir as passagens para seguir rumo ao Rio no dia do show.


Com uma espera de pouco mais de um mês após a compra dos ingressos, muita coisa passou pela nossa cabeça, inclusive a realização de cartazes para uma tentativa de subir no palco, a exemplo das gurias que conseguiram este feito nos shows do ano passado. Como somos em quatro, a ideia era cada uma carregar uma letra para formar a palavra Help, que além de ser o nome da música e álbum dos Beatles, seria uma forma de chamar atenção. Ao virar os cartazes, cada um teria uma palavra para formar a frase: We want tattoo too (nós queremos tatuagem também), que não era a coisa mais original a se pedir, pois foi o que as meninas pediram em Porto Alegre, mas é a melhor maneira para marcar algo tão importante para nós. Claro que deixamos para a última hora e às vésperas do show estávamos fazendo os cartazes. Feitos com todo o nosso amor, ficaram lindos. 


Na noite de 22 para 23 de maio, não dormimos mais do que duas horas. Pouco mais de 5h rumamos para o aeroporto, pegar nosso vôo que saia às 7h05min. Munidas somente com os pertences mais necessários e nossos cartazes à tira colo, desembarcamos no Rio às 10h. Pegamos um táxi e partimos direto para a fila. Com pouco mais de 200 pessoas na nossa frente, garantimos nosso lugar ao sol a partir das 11h. E bota sol naquilo, a sensação era de uns 40ºC. Mesmo preparadas com nossos guarda-chuvas, o calor era muito forte e ao longo do dia, aumentava ainda mais a sensação de cansaço. Sorte que o Norte Shopping é bem próximo ao Engenhão, e pudemos nos revezar para ir almoçar decentemente e nos refrescar um pouco no ar condicionado. Sorte também, que alguém teve a brilhante ideia de fazer uma lista com nomes por ordem de chegada, que contemplou pelo menos os 300 primeiros, e a organização do evento se preocupou em presevar esta lista. Assim, na hora da correria da entrada, não teve aquele bolo de gente se atravessando uns na frente dos outros e ninguém foi prejudicado, como acabou acontecendo em Porto Alegre. 


Ainda na fila, já se via uma mistura de pessoas de todo o lugar do país e até de fora. É incrível como um músico como o Paul consegue atrair tantas pessoas, que não medem a distância que terão que percorrer, desde que consigam vê-lo. Alguns dos que vimos vinham de Belém, Florianópolis, Vitória e até Peru.
Depois de muito cansaço e espera, chegou o aguardado momento da abertura dos portões. Um pequeno alívio que seria seguido por uma nova espera de mais quatro horas ainda. Quando passamos a entrada, a exaustão deu lugar a um fôlego de maratonista. Todos correram para garantir o melhor lugar na Prime. Quando chegamos já haviam mais ou menos cinco filas de pessoas após a grade. Avistamos a pequena distância que nos separava do palco e a emoção rapidamente tomou conta. "Não acredito, é muito perto!". Fomos às lágrimas. Cheguei a ligar para meu namorado e minha mãe para dividir a notícia e mal pude falar, tamanha emoção.

O único erro da organização do show  foi a apresentação de abertura. Uma apresentação de um Beatle não pode ter show de abertura, ainda mais com um DJ tocando versões que quem é fã dos Beatles, definitivamente, não quer ouvir. Infelizmente o cara acabou sendo vaiado. Não devia, não tem culpa de ter sido convidado.

Por volta de uma hora antes do início do show, o aperto estava grande. Todos querendo chegar o mais próximo possível. Mas tínhamos que aguentar, afinal, saímos de Porto Alegre com o intuito de ver a doce carinha do vovô Paul de perto. Pontualmente às 21h30min. Sir. Paul McCartney adentra o palco, lindamente vestido com terno e gravata. Parecia mentira, mas ele estava bem ali na nossa frente. Podíamos até enxergar as gotinhas de suor que caíam do seu cabelo ao longo do show. 


Quanto aos nossos cartazes, combinamos de levantá-los somente durante os intervalos para troca de instrumento, para não atrapalhar ninguém. Mesmo assim, o pessoal foi muito incompreensivo e violento. Gritavam para abaixar cada vez que erguiámos. Até que uma de nós chegou ao extremo de levar um tapa na cabeça por isso, absurdo. Aí fomos obrigadas a desistir do nosso sonho, por uma intolerância desmedida. Mas não nos deixamos abalar e a emoção do show seguiu.

Cada música era especial. E a simpatia dele, incomparável. Sempre fazendo dancinhas, brincadeiras, se esforçando para falar português e até arriscando um "carioquês". Esses detalhes que fazem toda a diferença e nos cativam ainda mais. Desde o show Porto Alegre, quando ele chegou a se juntar ao coro e entoou o grito: "Ah, eu sou gaúTcho!", eu dizia que ele é o Paul, simplesmente um Beatle, não precisava fazer nada disso, que todos já amariam ele. Mas se preocupa em retribuir nosso carinho e adoração e faz muito mais e isso faz ele ser ainda mais especial para nós. 


Era evidente que ele e todos os músicos estavam se divertindo tanto quanto nós, o público. Seus sorrisos a todo momento não mentiam. 


Para mim, momentos de grande emoção são quando ele canta uma música e diz que a dedicou a algum dos ex-companheiros. É uma hora em que cai uma ficha gigante, faz pensar: "Pô, eles existiram de verdade e um deles está aqui na minha frente agora. Ajudou a criar tudo de lindo dos Beatles, esteve ao lado de John, George e Ringo, e está aqui agora". Isso não tem preço.


Outro momento de extrema euforia, foi quando surgiu I Saw Her Standing There no bis, uma música muito divertida do tempo dos Beatles e que normalmente não entra no setlist. Foi uma ótima surpresa.


Um show do Paul não deveria acabar. É essa a sensação que fica. E aumenta ainda mais a vontade de querer outros, e depois do "atê a prrroxima" dele ao encerrar a apresentação, parece que realmente podemos esperar por mais. E esse show me fez pensar em como nós temos sorte de ser recíproco o sentimento. Dele estar gostando tanto de tocar no Brasil, que veio duas vezes tão seguidamente. E como é bom ter o nosso carinho retribuído por um artista tão grandioso. Sem dúvidas é o melhor artista vivo. Carrega algo único e inexplicável, que nenhum outro artista possui. Transmite uma energia incrível, e ainda é super simples e humilde. Sente-se amado por nós e retribui.

Sendo assim, tanto esforço para vê-lo vale a pena. Após o show, seguimos direto para o aeroporto, mas nosso vôo partia somente às 7h56min. Fazer o quê, o jeito era se acomodar, tentar dormir e esperar. Alguns outros fãs guerreiros dividiram a mesma experiência. Depois de um dia inteiro dedicado ao show, o que mais queríamos era a nossa cama para descansar, mas pelo show incrível valiam a pena mais algumas horas, praticamente, sem descanso.

Como na vida a gente nunca para de querer, quando conquistamos algo, já estamos querendo mais, o próximo objetivo é um show na HotSound. Para garantir uma passagem de som só para a gente e garantir a grade. Agora nos resta ficar na expectativa de que ele volte novamente. 
Aqui um exemplo de que ele realmente retribui nosso carinho.

“Estar no Rio foi fantástico desde o minuto que pousamos. A multidão em volta do hotel era ‘bananas’ (maluca). Eles eram loucos e a atmosfera foi crescendo até fazermos os shows. Eu amo o Brasil. Eu amo o fato que eles amam música, é uma nação muito musical. Eu se eu amo música e eles amam música, então é uma conexão natural. Fãs de todas as idades estavam nos shows. Tinha um enorme grupo de fãs jovens, que eu amo, e também tinha seus pais e até seus avós. Então era uma enorme variação de idade. O entusiasmo pela minha música era simplesmente sensacional. Todos nós da banda curtimos esse momento maravilhoso e nós agradecemos aos fãs por tornarem tudo tão excitante. 
Quando tocamos ‘Hey Jude’ e pedi a plateia para cantar ‘na na na na’s', de repente todos mostraram cartazes. Foi uma coisa muito visual. Foi muito emocionante porque os fãs tiveram todo este trabalho. Ele poderiam ter apenas vindo ao show e assistido, mas eles se falaram antes para criar este momento tão especial. Ele se conectaram uns com os outros, depois conectaram-se conosco e com a equipe inteira. Todos se sentiram unidos. Foi muito excitante e emocionante ver que as pessoas se importam tanto”. 

Paul McCartney

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Oscar 2011


Depois de tanto tempo sem escrever nada por aqui - o que chega a ser uma vergonha - só mesmo um motivo de força maior para eu criar vergonha na cara: a entrega do Oscar 2011. E este ano eu não poderia deixar de dar meus pitacos, porque consegui assistir todos que concorrem ao prêmio principal.

Para começar, tenho que recordar a frase dita por José Wilker no Oscar do ano passado. Segundo ele, o grande vencedor de 2010 poderia definir os caminhos do cinema dali para frente: se penderiam para o lado dos efeitos visuais - no caso de ganhar Avatar -, ou se seguiriam para o ramo das ideias - se ganhasse Guerra ao Terror, como de fato aconteceu. Apesar de muitos lançamentos em 3D, principalmente de animações, os indicados deste ano nos mostram que o cara estava certo mesmo. A grande festa do cinema deste ano nos brinda com histórias muito mais para se pensar do que para, simplesmente, olhar.

O que mais chama a atenção nos concorrentes deste ano são as grandes atuações. Atores e atrizes em um grande momento de suas carreiras, dão uma colabporação brilhante aos indicados. Também vale destacar o tino para histórias atuais, como o caso de A Rede Social e Minhas Mães e Meu Pai, o primeiro sobre o boom do Facebook e o segundo sobre uma família homosexual, comandada por duas mães. São filmes produzidos por quem teve tino para documentar acontecimentos e fenômenos vivenciados em nosso momento atual. Dito isso, vamos aos meus favoritos.

Minha posta para Melhor Filme é O Discurso do Rei. Se me perguntassem se uma história sobre gagueira poderia render um bom enredo para um filme, certamente eu diria que não. E é por isso que a trama que narra a trajetória do rei George VI surpreende. Por conseguir prender a atenção, divertir e, por que não, até comover, a partir de um contexto aparentemente tão banal. E é também por isso que gostaria que Tom Hooper levasse a estatueta de Melhor Direção, por conseguir dar a consitência e o ritmo que a telona merece, à história de uma gago em busca de tratamento. Porém, quem tem sido mais cotado pelos críticos para direção é David Fincher, por A Rede Social.

Quanto ao Ator Principal, fiquei no dilema entre Colin Firth, que interpretou brilhantemente o gago da corte, e James Franco, este que, em 127 horas, nos imergiu em todo o tipo de emoção e sensação possível, na tentativa de ser fiel à história real e impressionante, vivida por Aron Ralston. Mas quem tem mais chances este ano parece que é mesmo Firth, devido ao fato de que a Academia ficou, praticamente, em dívida com ele por não tê-lo contemplado no ano passado. E também, temos que concordar que virar um gago da noite para o dia, não é fácil.

Para Melhor Atriz, na minha opinião, é indiscutível que Natalie Portman está, praticamente, com o pequeno homem de ouro na mão. Ela carrega Cisne Negro nas costas com mais uma de suas brilhantes atuações. Já está mesmo na hora de ser reconhecida com o maior prêmio do cinema. Fez uma bailarina impecável. Com uma graça de movimentos que, falando como leiga em dança, posso até estar exagerando, mas convenceria até o Ballet Bolshoi. Apesar de ser um grande filme, que passa tensão do começo ao fim, e ainda te deixa sem saber até onde há ficção dentro da ficção, não acredito que mereça o grande prêmio. E quer saber por quê? Porque simplesmente prefiro O Discurso do Rei!

Mais uma dúvida surgiu para me decidir quanto ao Melhor Ator Coadjuvante. Geoffrey Rush está impecável como o especialista que resolve o problema do gago Real. Mas Christian Bale ganha o espectador de O Vencedor desde sua primeira cena. Aliás, sua atuação é o que o inssoso filme apresenta de melhor. Como um ex-lutador decadente e totalmente junkie, mostrou versatilidade e parece que, finalmente, vai conseguir deixar de ser lembrado tanto pela sua atuação como Batman. Deve arrematar este!

Para mim, Hailee Steinfeld deve ganhar o prêmio de Atriz Coadjuvante, por Bravura Indômita. A jovem que mostrou o lado feminino do Western, que também pode ser corajoso e bravo, como o próprio nome do filme sugere. Deixou claro o pulso firme e blefes, audaciosos, como o típico estilo cinematográfico exige.  Mas também deixando, às vezes, escapar o olhar frágil e sensível de uma garota de 14 anos.

O Melhor Roteiro Original deve ser de A Origem, e bota original nisso. A trama totalmente maluca, consegue envolver e, apesar de ir nos levando para uma história dentro de outra, a sequência não deixa ninguém no vácuo. Apesar de não gostar muito deste tipo de enredo, me convenceu.


Como Toy Story também está na disputa pelo maior prêmio da noite, provavelmente receberá o de Melhor Animação. É realmente uma bela e divertida história, que ao contrário de muitas que resolvem se prolongar por duas ou três sequências, não perdeu a qualidade. O que deixou a desejar foram os efeitos em 3D, que parece ter sido mais um dos que aproveitaram a onda para aumentar a receita com bilheteria.

Um categoria que eu gosto muito e que tem tido cada vez produções mais legais é Curta-Metragem de Animação. Estes têm aberto muitos longas também de animação e, muitas vezes, acabam sendo tão bons ou até melhores do que o filme principal. Apesar de não ter assistido todos da categoria, gostei muito de Day & Night, uma produção com senso de oportunidade, que soube aproveitar de uma maneira super criativa o recurso da terceira dimensão.

Infelizmente, uma grande produção de um, igualmente, grande diretor, Martin Srcosese, que ficou de fora do Oscar deste ano foi Ilha do Medo - péssima tradução para Shutter Island, que deu uma impressão totalmente errada sobre o filme. O longa é incomparavelmente melhor do que muitos dos concorrentes a Melhor Filme, como O Vencedor, Minhas Mães e Meu Pai e Inverno da Alma, por exemplo. Tudo bem que a premiação não teria como abranger todas as produções, até porque neste ano não tivemos assim nenhuma se se sobressaísse tanto sobre a outra. Mas foi uma tremenda injustiça com o thriller psicológico.

Para quem ainda não assistiu todos, recomendaria como top five: O Discurso do Rei, Cisne Negro, 127 horas, Toy Story e A Rede Social.

Ainda dá tempo de assistir alguns. Corram, assistam e façam suas apostas.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

CowParade - A Arte Tomou Forma de Vaca e Invadiu Porto Alegre

Obra: A Vaca Foi pro Beco; Artista: Andrey Damo
Tá bom, eu sei que não se fala em outra coisa. Mas depois que eu vi as vaquinhas eu me apaixonei e preciso falar também. Nos últimos dias, um rebanho de arte invadiu Porto Alegre. Certamente, você que circula pela cidade, já se deparou com uma das 81 simpáticas e coloridas vaquinhas, pois elas estão espalhadas por todos os lados. É a CowParede, uma mostra itinerante que acontece em todo o mundo, com o objetivo de, praticamente, tirar a arte de dentros de museus e levar para as ruas. Além disso, após o período de exposição, as vacas são leiloadas e a renda é destinada a instituições de caridade. Quem está patrocinando esta edição do evento é a Mu-Mu, nada mais propício que uma empresa que tem como símbolo aquela famosa vaquinha preta com um flor vermelha na boca, apoie uma mostra de vacas.

A vaca foi escolhida como objeto de trabalho para o artistas, por tudo o que representa ao redor do mundo, sendo considerada sagrada em alguns países, histórica em outros, mas, principalmente, por despertar simpatia por quem a observa. E, também, por ser o animal que daria maior liberdade para os artistas trabalharem, por suas formas e amplitude.

As vaquinhas feitas em fibra de vidro são decoradas por artistas locais. Além de pintores, escultores, artesãos, arquitetos e designers profissionais, a CowParade também oferece a oportunidade para que amadores mostrem seu trabalho, desde que apresentem um projeto criativo para a seleção.

A CowParade já passou por 55 cidades de todo o mundo, desde 1999. Aqui no Brasil, ela esteve em São Paulo (2005), Curitiba (2006), Belo Horizante (2006) e Rio de Janeiro (2006). Em Porto Alegre, as vaquinhas poderão ser vistas até o dia 20 de novembro, nestes locais. E quem ficar com vontade de levar uma delas para a casa, mas não tiver poder de barganhar uma no leilão, pode adquirir uma miniatura aqui ou nas melhores lojas de presentes do país.

Confira algumas das mais fofas e criativas:
Obra: Vaclown; Artista: Daniel Lion 
Obra: Cowstelação; Artista: Letícia Poyastro e Diego Moura
Obra: Os Prazeres da Carne; Artista: Mariana Couto Schmidt
Obra: Vacavatar; Artista: Mirele Riffel
Obra: Vacas Enfileiradas; Artista: Renato Maurina Rôa
Obra: ZH Dominicow; Artista: Rodrigo Oliveira
 
Obra: Mu-Mu; Artista: Bendito Design

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Os bastidores são o melhor das entrevistas

Não é de hoje que descobri que, muitas vezes, o melhor das entrevistas acontece nos bastidores. Na verdade, tive certeza disso qunado esntrevistei o excêntico  Júpiter Maçã, quando ele me perguntou se estava com cheiro de sexo. Como assim, né.
Ultimamente fiz algumas entrevistas bem legais e, novamente, acontecimentos durante a conversa propriamente dita foram um tanto inusitados. Uma delas foi com Fabrício Carpinejar - a minha terceira com ele. O local sugerido pelo próprio foi o Moinhos Shopping. Mas, chegando lá, ele disse que estava precisando urgente de uma sessão de mesoterapia, um tratamento para dor nas costas. Perguntou então se poderíamos conversar no consultório de sua namorada, a médica Cínthya Verri, que era alí pertinho. Como eu adoro entrevistas inusitadas, não ia recusar. Acabou que parte da conversa foi com Fabrício, sem camisa, deitado na maca, recebendo o tratamento da namorada.




Outra entrevista foi com o pessoal do Pretinho Básico. Esta não aconteceu nada que fosse muito além do previsto, o diferencial é que nunca sabemos o que pode vir deles. A impressão que se têm quando se fala com eles é de que se está no meio do programa ao vivo, porque os caras são exatamente como aparentam no Pretinho. Tiram sarro um do outro o tempo inteiro e tudo é motivo de piadas e trocadilhos. Aproveitaram a ausência do Cagê para caracterizá-lo com pior integrante do programa, tudo de ruim que se falava era o Cagê. No fim, o L. Potter ficou até preocupado que ele fosse se chatear e, em um momento único falando em tom de seriedade, pediu para não publicarmos tudo o que falaram de mal do integrante.




As matérias foram feitas para a Revista Eléve e estarão disponíves a partir do dia 15 de setembro, na edição online ou na versão impressa, nos pontos de distribução.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Algumas músicas queridas: Pato Fu e Thiago Pethit

Eu não sou nenhuma fã de Pato Fu, bem longe disso, mas admiro a banda, principalmente, por eles sempre buscarem inovação. Prova disso é a última novidade dos mineiros: um disco inteiro tocado com instrumentos de criança. Resolveram roubar os brinquedos dos filhos para lançar o álbum Música de Brinquedo, em que fazem covers de Elvis, Rita Lee, Beatles, entre outros. Eles tiveram que aprender a tocar os mini-instrumentos, o que, segundo os própiros, não foi fácil, mantiveram os arranjos originais das músicas e até seus filhos entraram na onda, fazendo divertidos e desafinados backing vocals.

Confere como ficou a versão de "Live And Let Die", do Paul McCartney:



Conheci o Thiago Pethit uma noite dessas no Altas Horas. Peguei o programa pela metade, mas simpatizei com a música de cara. Pianinho agradável, voz suave e letra delicada. O paulistano lançou seu primeiro álbum, Berlim, Texas, este ano e já vem sendo super elogiado. Tive a impressão de que nem tudo está perdido na música feita por jovens brasileiros.

O clipe de "Mapa-Múndi" é tão querido quanto a música:

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Tarantino é Tarantino!


Quentin Tarantino é tão autêntico que alguns sites sobre cinema têm dificuldade de enquadrar seus filmes em um gênero. Chega a ser engraçado, mas é possível encontrar diversas definições para o mesmo filme em diferentes sites. Para À Prova de Morte, por exemplo, me deparei com diferentes fichas técnicas em que alguns o definiam como suspense, outros ação ou ainda terror. Mas a definição mais justa foi a que criou um novo e único gênero: Quentin Tarantino. O cara tem um estilo tão próprio que merece mesmo que seus filmes sejam enquadrados em um gênero com seu nome. Qualquer outra deinição soaria rasa para o cinema tão completo e original de Tarantino.

Esta semana, depois de sonhar longamente com o próprio diretor, que no sonho, dirigia perigosamente seu carro comigo na carona, assisti à sua última obra que chegou ao Brasil, À Prova de Morte. Mesmo tendo sido lançado em 2007, o filme chegou por aqui somente este mês, devido ao insucesso que teve em seu país de origem. Realmente não entendi este fato, porque Tarantino é Tarantino. Quem gostou de um de seus filmes, não tem como não gostar de outro... De todos os outros. E À Prova de Morte é isso, uma mistura de suspense com ação e um pouco de terror, diálogos afinados,  trilha sonora incrível (a qual não consigo parar de ouvir desde que assisti o filme), acrescidos de porções de homenagens ao que o diretor admira no cinema. Sem mais. O cara que disse que não frenquentou a escola de cinema, mas sim, o cinema, é gênio incontestável. Assita À Prova de Morte e comprove, pois, repito, Tarantino é Tarantino!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Entrevista com a Damn Laser Vampires


Fotos: Divulgação
No último sábado o Jack Rabbit, único local entre Gravataí e Cachoeirinha capaz de nos salvar com música boa, trouxe a Damn Laser Vampires para seu palco. Confesso que nunca tinha prestado muito atenção na banda, nem sei porquê. Mas quando o show começou a surpresa foi boa. Principalmente porque foi a coisa mais inovadora vinda de Porto Alegre que eu ouvi nos últimos tempos. E como é bom ouvir algo que soe novo, criativo e original. Algumas músicas me lembraram um pouco de rockabilly, outras punk rock e outras ainda anos 80, tudo com uma roupagem própria.

Outra coisa que me chamou atenção foi o tom do vocalista (e guitarrista), Ron Selistre, grave e soturno, em algumas músicas, bem de acordo com o visual da banda, vestidos de preto e a guitarrista, Francis K, na pele de Mulher Gato. O trio composto por, além de músicos, ilustradores, também conta com o baterista Michel Munhoz. Eles têm influência do psychobilly do The Cramps e ganharam uma definição curiosa, dada por Joshua Warfel, do selo Devil’s Ruin: "O trio de punk polka favorito de Satã".

Bem, já que em cinco anos de banda eu ainda não tinha me dignado a ouvir o som deles, agora compenso o tempo perdido com uma entrevista. Segunda-feira mesmo, entrei em contato com a DLV por e-mail e quem me respondeu, gentilmente, foi o Ron Selistre.  


She Blogs - Fale um pouco sobre o surgimento da banda. Como nasceu a ideia, de que forma chegaram a esta sonoridade e a este conceito visual? 
Ron Selistre - Surgimos em 2005. A única ideia era tocar a música que queríamos ouvir e que ninguém estava tocando. A sonoridade e o visual vieram juntos, diretamente inspirados pelas coisas que ouvíamos, víamos e líamos.

SB - Vocês mesmos produzem e dirigem seus clipes e criaram o material gráfico do álbum. Esta é uma opção para que tudo o que diga respeito a banda tenha totalmente a cara dos três? 

RS - Na mosca. Exatamente isso.


SB - Pelos clipes, percebe-se que vocês gostam de cinema, tanto que já fizeram até um curta-metragem. Em qual vertente do cinema vocês buscam inspiração na hora de fazer os vídeos das músicas? Cite filmes que vocês têm como referência. 
RS - Gostamos de expressionismo (nosso clipe "Bracadabro"é inspirado em Robert Wiene), de horror dos anos 80 e das coisas em torno desse universo, principalmente. Alguns filmes, vejamos... "O Gabinete do Dr. Caligari", "O Corvo", "Faster Pussycat! Kill! Kill!", "Fome de Viver", "The Bat"... 

SB - Pelo fato de os três trabalharem com imagem e por terem um visual característico, para vocês, qual a importância da parte visual para uma banda? 
RS - Visual é tão importante quanto a música. Nem mais, nem menos. Algumas pessoas podem ter um certo pudor em admitir isso, mas nós somos assim e gostamos. Nos atrai tudo que possa acrescentar uma tridimensionalidade à música. Um show de rock é, por definição, uma arte teatral. Música pra nós é como comida, e nós gostamos de servir o prato bem cheio, com vinho, com tudo.

SB - Por que a DLV é o "trio de punk-polka favotito de Satã"? De onde vem essa relação com temas satânicos? 
RS - O Joshua Warfel, do selo Devil’s Ruin, que lança os nossos discos nos EUA, foi quem nos deu o título. A relação existe, embora naturalmente não possamos falar muito a respeito. Preferimos que isso fique no terreno do humor. Mas não podemos ser chamados de satanistas. Satanistas são pessoas sem nenhum senso de humor que gostam de trepar com cabras.  

SB - Alguns músicos brasileiros que cantam em inglês dizem ter optado pelo idioma por facilitar na composição. Com vocês é a mesma coisa? Já tentaram compor em português alguma vez e não gostaram do resultado? 
RS -  A nossa sonoridade é influenciada pelo rok original e a origem do rock é inglesa, então é natural que a música já surja em inglês. A única vez que gravamos em português foi pra trilha de "Ainda Orangotangos", em que fizemos versões de Cascavelettes e Atahualpa Y Us Panquis. Mas no caso eram versões, nós não compomos em português. 

SB- Como é o processo de composição? Qual é a fonte de inspiração para as letras? 
RS - Não tem uma receita, cada música nasce de uma fagulha própria. Um riff, uma batida, algo que a gente faz questão de explorar e desenvolver até virar uma música. Com as letras é a mesma coisa, a única diferença é que aí a culpa é toda do vocalista

SB - Vocês tiveram seu álbum lançado em alguns países fora do Brasil. Já fizeram shows fora do país? Como é a repercussão do som da banda lá fora? 
RS - Ainda não tocamos fora do Brasile, isso deve acontecer quando chegar a hora, Temos admiradores espalhados pelo mundo, o que é uma alegria pra nós, e pór isso recebemos convites e propostas, mas só partiremos pra uma tour gringa quando realmente valer a pena. Hoje é possível que uma banda construa uma base de fãs no exterior sem nunca ter deixado o seu país, acho que disso nós tiramos bastante vantagem.

SB- O que vocês acham da febre de filmes e livros sobre vampiros que brilham que surgiu recentemente? Vocês não têm medo de alguém achar que a banda é fruto dessa onda de vampiros bonzinhos? 
RS - Sério, eu nem sei muito bem do que se trata. Sei que é uma moda que as crianças curtem, e tal, mas sinceramente nós não damos a mínima bola pra isso. 

SB - O que vocês tem ouvido ultimamente? 
RS - Ultimamente temos ouvido “It’s Not Human, It’s Human Trash”, incrível disco de estréia do Human Trash, e “No Sweat”, o novo do mestre Uncle Butcher. Também Stiv Bators, e muito garage-punk dos 60 e 70.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Amizade é um vício


Chega mais um Dia do Amigo e mais uma vez eu, praticamente, me obrigo a escrever sobre estes parceiros de todas as horas. Não tem como ser diferente, porque amizade é uma das relações que eu mais prezo. Desde sempre. Não que eu tenha assim uma quantidade imensa de amigos, mas sempre fui daquelas de ter alguns poucos, mas fiéis. E dentre estes, sempre tive um(a) melhor amigo(a). Isso eu lembro de acontecer já com os primeiros amiguinhos da rua e na primeira série. Brincava com alguns, mas sempre tinha uma amizade inseparável, aquela que a gente compartilha os segredos, a que sempre faz dupla nos trabalhos, essas coisas. Acho que sempre tive uma certa dependência de amigos. Amizade é um vício.

Já tive vários tipos de amigos. Os de fase, que a rotina transforma em amigos, mas que acabam ficando para trás com a mudança de cotidiano. Os que a primeira vista parecem os melhores, mas deixam de ser amigos, mostrando que são os piores. Os que moram longe, mas quando encontramos é uma festa. Os que nos encontram só em festas, mas que sempre garantem um bom papo de boteco. Os inseparáveis que, de repente, nos abandonam por um romance, mas depois voltam direto para o nosso ombro. Os que se tornam melhores amigos e, de repente, namorados... Mas os melhores de todos são os que, com o tempo, se tornam cada vez mais amigos. Estes nós podemos ver todo o dia e sempre temos assunto. Ou ficar uma semana sem ver - que parece um mês - e são necessárias horas para colocar em dia todas as novidades. Estes podem se afastar por algum motivo, que depois será tudo como antes. Estes nós já sabemos o que pensam, prevemos o que vão falar. Relevamos seu mal humor. Apontamos seus erros, com a inteção de fazê-los repensar, e eles farão o mesmo por nós. Com eles damos as melhores risadas. Temos o mesmo tipo de piada, achamos graça das mesmas coisas. Na hora do aperto, nos pagam cerveja sem reclamar. Com eles discutimos a relação sem entrar em conflito. São parceiros para tudo, topam qualquer negócio. Com estes o lugar da festa não fará diferença, o que vai determinar a diversão é a companhia. Estes são os verdadeiros amigos.

Hoje eu tenho poucos, mas bons amigos. E tenho a impressão de que são os mesmos que irão me acompanhar o resto da vida. Já vejo todos casados e um visitando a casa do outro. Marcando jantinhas, festinhas, viagens. Um apadrinhando o filho do outro. Quero sempre tê-los por perto.

Como amizades verdadeiras nos fazem bem! Feliz Dia do Amigo a todo os meus amigos! Vida longa à nossa amizade!

P.S.: Ainda essa semana estava constatando com o Klaus, que é meu namorado e também um dos meus melhores amigos, que mesmo tendo dois anos de namoro, não perdemos a essência do que nos uniu, que foi a amizade. E isso garante ótimas e longas conversas. Se tornar namorada de um melhor amigo foi a melhor experiência amorosa que eu já tive (e estou tendo), porque pulamos várias etapas, tudo flui melhor, pois já conhecemos bem um ao outro. Eu recomendo! Por isso dedico este texto aos meus amigos e também ao Klaus.