Entrevista com a Damn Laser Vampires
Fotos: Divulgação |
Outra coisa que me chamou atenção foi o tom do vocalista (e guitarrista), Ron Selistre, grave e soturno, em algumas músicas, bem de acordo com o visual da banda, vestidos de preto e a guitarrista, Francis K, na pele de Mulher Gato. O trio composto por, além de músicos, ilustradores, também conta com o baterista Michel Munhoz. Eles têm influência do psychobilly do The Cramps e ganharam uma definição curiosa, dada por Joshua Warfel, do selo Devil’s Ruin: "O trio de punk polka favorito de Satã".
Bem, já que em cinco anos de banda eu ainda não tinha me dignado a ouvir o som deles, agora compenso o tempo perdido com uma entrevista. Segunda-feira mesmo, entrei em contato com a DLV por e-mail e quem me respondeu, gentilmente, foi o Ron Selistre.
She Blogs - Fale um pouco sobre o surgimento da banda. Como nasceu a ideia, de que forma chegaram a esta sonoridade e a este conceito visual?
Ron Selistre - Surgimos em 2005. A única ideia era tocar a música que queríamos ouvir e que ninguém estava tocando. A sonoridade e o visual vieram juntos, diretamente inspirados pelas coisas que ouvíamos, víamos e líamos.
SB - Vocês mesmos produzem e dirigem seus clipes e criaram o material gráfico do álbum. Esta é uma opção para que tudo o que diga respeito a banda tenha totalmente a cara dos três?
RS - Na mosca. Exatamente isso.
SB - Pelos clipes, percebe-se que vocês gostam de cinema, tanto que já fizeram até um curta-metragem. Em qual vertente do cinema vocês buscam inspiração na hora de fazer os vídeos das músicas? Cite filmes que vocês têm como referência.
RS - Gostamos de expressionismo (nosso clipe "Bracadabro"é inspirado em Robert Wiene), de horror dos anos 80 e das coisas em torno desse universo, principalmente. Alguns filmes, vejamos... "O Gabinete do Dr. Caligari", "O Corvo", "Faster Pussycat! Kill! Kill!", "Fome de Viver", "The Bat"...
SB - Pelo fato de os três trabalharem com imagem e por terem um visual característico, para vocês, qual a importância da parte visual para uma banda?
RS - Visual é tão importante quanto a música. Nem mais, nem menos. Algumas pessoas podem ter um certo pudor em admitir isso, mas nós somos assim e gostamos. Nos atrai tudo que possa acrescentar uma tridimensionalidade à música. Um show de rock é, por definição, uma arte teatral. Música pra nós é como comida, e nós gostamos de servir o prato bem cheio, com vinho, com tudo.
SB - Por que a DLV é o "trio de punk-polka favotito de Satã"? De onde vem essa relação com temas satânicos?
RS - O Joshua Warfel, do selo Devil’s Ruin, que lança os nossos discos nos EUA, foi quem nos deu o título. A relação existe, embora naturalmente não possamos falar muito a respeito. Preferimos que isso fique no terreno do humor. Mas não podemos ser chamados de satanistas. Satanistas são pessoas sem nenhum senso de humor que gostam de trepar com cabras.
SB - Alguns músicos brasileiros que cantam em inglês dizem ter optado pelo idioma por facilitar na composição. Com vocês é a mesma coisa? Já tentaram compor em português alguma vez e não gostaram do resultado?
RS - A nossa sonoridade é influenciada pelo rok original e a origem do rock é inglesa, então é natural que a música já surja em inglês. A única vez que gravamos em português foi pra trilha de "Ainda Orangotangos", em que fizemos versões de Cascavelettes e Atahualpa Y Us Panquis. Mas no caso eram versões, nós não compomos em português.
SB- Como é o processo de composição? Qual é a fonte de inspiração para as letras?
RS - Não tem uma receita, cada música nasce de uma fagulha própria. Um riff, uma batida, algo que a gente faz questão de explorar e desenvolver até virar uma música. Com as letras é a mesma coisa, a única diferença é que aí a culpa é toda do vocalista.
SB - Vocês tiveram seu álbum lançado em alguns países fora do Brasil. Já fizeram shows fora do país? Como é a repercussão do som da banda lá fora?
RS - Ainda não tocamos fora do Brasile, isso deve acontecer quando chegar a hora, Temos admiradores espalhados pelo mundo, o que é uma alegria pra nós, e pór isso recebemos convites e propostas, mas só partiremos pra uma tour gringa quando realmente valer a pena. Hoje é possível que uma banda construa uma base de fãs no exterior sem nunca ter deixado o seu país, acho que disso nós tiramos bastante vantagem.
SB- O que vocês acham da febre de filmes e livros sobre vampiros que brilham que surgiu recentemente? Vocês não têm medo de alguém achar que a banda é fruto dessa onda de vampiros bonzinhos?
RS - Sério, eu nem sei muito bem do que se trata. Sei que é uma moda que as crianças curtem, e tal, mas sinceramente nós não damos a mínima bola pra isso.
SB - O que vocês tem ouvido ultimamente?
RS - Ultimamente temos ouvido “It’s Not Human, It’s Human Trash”, incrível disco de estréia do Human Trash, e “No Sweat”, o novo do mestre Uncle Butcher. Também Stiv Bators, e muito garage-punk dos 60 e 70.
Ron Selistre - Surgimos em 2005. A única ideia era tocar a música que queríamos ouvir e que ninguém estava tocando. A sonoridade e o visual vieram juntos, diretamente inspirados pelas coisas que ouvíamos, víamos e líamos.
SB - Vocês mesmos produzem e dirigem seus clipes e criaram o material gráfico do álbum. Esta é uma opção para que tudo o que diga respeito a banda tenha totalmente a cara dos três?
RS - Na mosca. Exatamente isso.
SB - Pelos clipes, percebe-se que vocês gostam de cinema, tanto que já fizeram até um curta-metragem. Em qual vertente do cinema vocês buscam inspiração na hora de fazer os vídeos das músicas? Cite filmes que vocês têm como referência.
RS - Gostamos de expressionismo (nosso clipe "Bracadabro"é inspirado em Robert Wiene), de horror dos anos 80 e das coisas em torno desse universo, principalmente. Alguns filmes, vejamos... "O Gabinete do Dr. Caligari", "O Corvo", "Faster Pussycat! Kill! Kill!", "Fome de Viver", "The Bat"...
SB - Pelo fato de os três trabalharem com imagem e por terem um visual característico, para vocês, qual a importância da parte visual para uma banda?
RS - Visual é tão importante quanto a música. Nem mais, nem menos. Algumas pessoas podem ter um certo pudor em admitir isso, mas nós somos assim e gostamos. Nos atrai tudo que possa acrescentar uma tridimensionalidade à música. Um show de rock é, por definição, uma arte teatral. Música pra nós é como comida, e nós gostamos de servir o prato bem cheio, com vinho, com tudo.
SB - Por que a DLV é o "trio de punk-polka favotito de Satã"? De onde vem essa relação com temas satânicos?
RS - O Joshua Warfel, do selo Devil’s Ruin, que lança os nossos discos nos EUA, foi quem nos deu o título. A relação existe, embora naturalmente não possamos falar muito a respeito. Preferimos que isso fique no terreno do humor. Mas não podemos ser chamados de satanistas. Satanistas são pessoas sem nenhum senso de humor que gostam de trepar com cabras.
SB - Alguns músicos brasileiros que cantam em inglês dizem ter optado pelo idioma por facilitar na composição. Com vocês é a mesma coisa? Já tentaram compor em português alguma vez e não gostaram do resultado?
RS - A nossa sonoridade é influenciada pelo rok original e a origem do rock é inglesa, então é natural que a música já surja em inglês. A única vez que gravamos em português foi pra trilha de "Ainda Orangotangos", em que fizemos versões de Cascavelettes e Atahualpa Y Us Panquis. Mas no caso eram versões, nós não compomos em português.
SB- Como é o processo de composição? Qual é a fonte de inspiração para as letras?
RS - Não tem uma receita, cada música nasce de uma fagulha própria. Um riff, uma batida, algo que a gente faz questão de explorar e desenvolver até virar uma música. Com as letras é a mesma coisa, a única diferença é que aí a culpa é toda do vocalista.
SB - Vocês tiveram seu álbum lançado em alguns países fora do Brasil. Já fizeram shows fora do país? Como é a repercussão do som da banda lá fora?
RS - Ainda não tocamos fora do Brasile, isso deve acontecer quando chegar a hora, Temos admiradores espalhados pelo mundo, o que é uma alegria pra nós, e pór isso recebemos convites e propostas, mas só partiremos pra uma tour gringa quando realmente valer a pena. Hoje é possível que uma banda construa uma base de fãs no exterior sem nunca ter deixado o seu país, acho que disso nós tiramos bastante vantagem.
SB- O que vocês acham da febre de filmes e livros sobre vampiros que brilham que surgiu recentemente? Vocês não têm medo de alguém achar que a banda é fruto dessa onda de vampiros bonzinhos?
RS - Sério, eu nem sei muito bem do que se trata. Sei que é uma moda que as crianças curtem, e tal, mas sinceramente nós não damos a mínima bola pra isso.
SB - O que vocês tem ouvido ultimamente?
RS - Ultimamente temos ouvido “It’s Not Human, It’s Human Trash”, incrível disco de estréia do Human Trash, e “No Sweat”, o novo do mestre Uncle Butcher. Também Stiv Bators, e muito garage-punk dos 60 e 70.
3 comentários:
Bela entrevista, Lizzý!
Recompensou os 5 anos perdidos! HUhsuahhua
"Satanistas são pessoas sem nenhum senso de humor que gostam de trepar com cabras"
UHhushuahsuahauha
Essa foi a melhor!!
Agora vou ver o DVD do SlipKnoT! Não sei se são sataniiiiiistas, nem se comem cabras, mas é massa.
(bom se bem que um dos "símbolos" deles é a cabra. Whatever...)
Continue atualizando o blog está muito tri! E mais entrevistas elas são muito boas mesmo!
Bj.
ola! não vi o show! mas passei pra dar uma espiada no blog!!! hehehehhehe
A bala passou por aqui só pra dar um tirinho.
Gostei da banda e da entrevista.
Beijo!
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